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Artigo

Ch acores

Paulo Rosa
Ch, uma bebida da China
Mirandela, Joo Azevedo Editor, 2004





Integrado na coleco Patrimnio Natural Aoriano, depois de Aves Nativas dos Aores, de Cetceos dos Aores Baleias, Golfinhos e Toninhas e de Tabaco uma planta de outro mundo, aparece esta obra sobre o ch.
O termo ch, usado em Portugal, provm de um dos poucos vocbulos do cantons, Tch, integrados na lngua portuguesa. Correntemente, este termo associado a qualquer preparado feito com uma poro de gua, em ebulio, a que se adiciona uma determinada quantidade de folhas, flores, inflorescncias ou mesmo uma planta inteira, e que deixado de infuso, por mais ou menos tempo. Assim, temos ch de erva-doce, de erva-cidreira, de malvas, etc. Rigorosamente, estas preparaes domsticas deviam ser designar por infuses e o termo ch devia ser reservado para aquelas preparadas com as folhas da planta do ch, o chazeiro, (Camellia sineris), que os chineses aperfeioaram ao longo de milnios recorrendo ao uso de tcnicas requintadas.
O chazeiro uma camlia semelhante quelas cultivadas, frequentemente, nos jardins. Por ser uma espcie de grande variabilidade gentica, hoje so exploradas cerca de 350 cultivares, de que os grupos China e Assam so as principais, e ainda muitos hbridos, que, alm de permitirem a adaptao desta cultura a locais e condies muito diversas, asseguram uma composio variada dos produtos extrados e consequente diversidade de cores, sabores e odores das infuses produzidas.
O hbito de beber ch teve origem na China, h mais de 3000 anos, e encontra-se, actualmente, difundido quer nos pases Orientais quer nos Ocidentais sendo, a seguir gua, a segunda bebida mais consumida no mundo, ultrapassando mesmo o caf e qualquer tipo de refrigerante ou bebida alcolica (p. 11).
Foi o major escocs Robert Bruce que descobriu o ch em estado selvagem no Assam, regio do Nordeste da ndia includa na rea de distribuio geogrfica desta espcie botnica que se estende regies montanhosas do Sul da China, ao sop dos Himalaias e aos bosques da Birmnia.
Todavia, no obstante o ch ter chegado ao Norte de frica muito cedo, por via terrestre, atravs dos comerciantes rabes que percorriam a rota da seda, s foi conhecido na frica ocidental e na Europa, por intermdio dos portugueses e dos ingleses, j depois da expanso martima, cerca de 1550.
Aos Aores, nomeadamente a S. Miguel, o ch ter chegado ou a partir de plantas do Norte de Portugal, com origem em sementes que Gaspar Pereira de Castro, ex-emigrante no Brasil daqui trouxera, e propagara com pouco sucesso em Coura e em Ponte de Lima, no sculo XVII, ou mais certamente, por volta de 1820, a partir de sementes que Jacinto Leite, comandante da Guarda Real na corte de D. Joo VI, trouxera para o lugar das Calhetas, ou ainda por mo de um antigo criado de Joo Soares que inicialmente teriam sido semeadas no local de Santo Antnio, para fins ornamentais, e depois no lugar das Capelas (cf. p. 40). Particularmente desde que a produo e exportao de laranja para o mercado ingls declinou, em 1872, a produo do ch prosperou em S. Miguel.
Neste livro, o leitor encontrar a histria desta indstria micaelense e ainda informao sobre o solo e o clima preferido pelo chazeiro e as tcnicas de colheita e de tratamento das suas folhas, necessrias a que elas cheguem at ao consumidor com boa qualidade. Se ainda no tiver, passar a dispor de informao que o habilite a escolher o ch mais conveniente a cada situao, como faz-lo, onde faz-lo e como toma-lo. As embalagens exibem, impressas, informaes importantes, que com este livro ter oportunidade de aprender a descodificar, desde palavras como Lipton, Twining e Hysson, at expresses como Orange Pekoe e Broken Pekoe.
O volume est dividido em seis partes: 1. O esprito do Ch; 2. O chazeiro uma Camlia Especial!; 3. Histrias do Ch; 4. Da Planta Bebida Uma Arte Milenar...; 5. O Ch ritualizado; &. Dentro da Chvena, o Ch. E Dentro do Ch, o que h?
Paulo Rosa, Mestre em Biologia Vegetal, docente na Escola Universitria Vasco da Gama, em Coimbra, onde rege as disciplinas de Botnica e de Fisiologia Vegetal. Interessa-se tambm pelo estudo etnobotnico da flora portuguesa e de plantas exticas ornamentais. Nuno Farinha e Fernando Correia, ilustradores cientficos, que tm mantido a nvel muito elevado a apresentao grfica desta coleco Patrimnio Natural Aoriano, so os responsveis pelo design e direco de arte. A maquetizao de Gradientes & Texturas, Lda.


2008-02-20

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